Alimentação e saúde mental

A relação entre a alimentação e a saúde mental é antiga. Basta nos lembrarmos da associação entre o escorbuto e perturbações mentais, irritabilidade e alteração de humor, sintomas que seriam revertidos com a ingestão de citrinos (vitamina C). Isto porque os alimentos têm efeito na quantidade de químicos no cérebro e ativam determinados processos que influenciam a forma como nos sentimos, ou seja, depressivos, felizes, com dificuldade em dormir, etc.

A ligação entre o que chega ao estômago e ao cérebro é intrínseca e direta. Tendo início ainda no útero porque tanto o intestino como o cérebro se originam das mesmas células no embrião. Padrões alimentares saudáveis podem promover o crescimento de bactérias intestinais boas que, por sua vez, vão estimular a produção de neurotransmissores e hormonas intestinais que permitem uma boa função cerebral. O contrário acontece com padrões alimentares menos saudáveis.

No entanto, as doenças mentais são complexas e a sua origem não advém num fator isolado. Assim não podemos associar sintomas de saúde mental a causas alimentares específicas, pois os mesmos resultarão de um estado patológico global.

Hoje sabe-se que a dieta mediterrânea ajuda a preservar o nosso bem estar psicológico e cognitivo, devido ao consumo principalmente de frutas e vegetais (que representam altos níveis de antioxidantes e polifenóis), nozes e grãos integrais (cujo consumo está associado a um menor risco de doenças cardiovasculares e diabetes e melhor circulação para o cérebro, reduzindo os marcadores de inflamação); peixes, carnes magras com moderação e azeite.

Pelo contrário, há evidência que relaciona o consumo de alimentos processados ou ultra processados a índices mais elevados de ansiedade e depressão, isto prende-se com a elevada quantidade de gordura, açúcares, sal e outros constituintes artificiais, que comprometem a comunicação e a troca de nutrientes que ocorre entre o sistema gastrointestinal e o cérebro, contribuindo para uma série de distúrbios neuropsiquiátricos.

Desta forma, é possível quebrar o ciclo. Para isso é importante alterar comportamentos, adotando um estilo de vida saudável. Isto passa pela seleção de alimentos com qualidade, prática de atividade física regular e ainda uma rotina de sono bem estabelecida.

No entanto, os hábitos alimentares (também) são condicionados pela saúde mental, ou seja, há momentos em que comemos por motivos emocionais. Os alimentos são com frequência o último bastão de conforto quando outros recursos não estão disponíveis. É necessário estar atento aos sinais de alerta (tristeza, vontade de chorar, dores físicas, cansaço, etc)… Neste momento é necessário procurar um profissional de saúde mental em conjunto com um nutricionista.

 

Rute Oliveira

Nutricionista (CP4764N)

Alimentação e saúde mental

 

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